29 de julho de 2011

Amén-doas

Tanta metafísica, evolução,
Armas de fogo ou nucleares,
Medicina de televisão,
Prédios de mil andares.

Upgrades aos nossos pulmões,
Estatísticas de ficar a olhar,
Teorias, racionalizações,
Pontes suspensas no ar.

E ainda assim não se prevê quais delas são amargas.
Não as pessoas, as amêndoas, claro...

28 de julho de 2011

Na Frigideira

Estudo, às vezes parece que és-tudo.

27 de julho de 2011

batalha 1

arranjei uma boa arma,
infalível,
treinei o alvo,
a luta, a estratégia.
estou feroz:
tenho a garra,
a vontade violenta...
de quem ama
tenho as munições de amor
agora vou à guerra
acho que só assim.

26 de julho de 2011

há dias em que

vento soprador de músicas quentes,
abraços de raiz e terra fresca,
ondas de amor em película e
fogo da altura do que vejo

24 de julho de 2011

P.I.R.

Cuidado, mundo, que se fala de boca cheia
Cuidado que todos têm algo a dizer
Cuidado que o pobre morre a pedir
Cuidado que o rico morre se der.

Pensa que temos tudo
E que "tudo" nos destrói,
A sociedade já não sabe
Escolher o seu herói.

Aqui a religião molesta,
O super-homem chacina,
A notícia infesta.

Cuidado mundo, que tu giras
E as pessoas não querem saber
Por mais sinais que nos dês
Há sempre um canal a entreter.

20 de julho de 2011

AmigO2

Reconheço-os à distância. Seja pelo andar que me conta segredos, pelo sorriso que dá borboletas na barriga, ou pela sua paz irrequieta.
São enormes na sua essência, na sua personalidade e na sua loucura e assim amam com tudo o que têm, vivem com tudo o que amam e dão-me a mão quando fecho os olhos dizendo que me vou atirar.
São os seres que sorriem comigo, para mim, por mim, Verdadeiramente, porque são Verdadeiras Mentes. São o porto de abrigo onde posso descansar de todas as batalhas e são as melhores batalhas de todas. 
Neles perco-me para melhor me encontrar e para melhor me perder.
Que sorte a minha.


17 de julho de 2011

hey

the sky is no limit
o céu não é um limite
le ciel n'est pas un limit


it's a bridge
é uma ponte
c'est un pont

14 de julho de 2011

Peçam ao Natural

questiono-me quanto tempo durará este (des)equilíbrio...
os verões já são outonos
nos invernos já se bronzeiam corpos
e a natureza existe, resiste
o lixo cresce, o verde vira cinza
mas as ervas nascem entre fendas
os peixes adoecem, o mundo vira microondas
mas os pássaros vem ainda comer nas nossas mãos
toda esta beleza é resistência
toda esta resistência é beleza

11 de julho de 2011

para parar de sonhar

um colibri em labirintos,
cantos vagamente eternos,
palavras raras repetidas
estrelas que viram extremos.
belezas que sei de cor
entre verdes caminhos onde corro
de peito aberto, sem cansar
foram muitos sorrisos a chorar
oxalá estas noites se fechem como uma onda:
de vez

8 de julho de 2011

Ser humano?

"Eu sou humano", diz o homem para expressar uma desculpa, uma piada, uma característica positiva. O homem criou este adjectivo que supostamente soa bem, faz de um Ser alguma coisa mas eu caminho na rua e vejo Animais atropelados, abandonados, presos, em sofrimento, maltrados, em jaulas, usados... E cresce em mim uma dor, uma raiva mesmo (daquelas sem vacina). Faz-me querer atacar, morder, matar mesmo. Era isso que fazia.
Que me prendam, mas eu mataria quem faz sofrer.
Acho mórbido o facto de, no senso comum, ser "humano" ser uma coisa boa e ser "animal" um insulto. 
Ser humano (hoje, para mim) é olhar para a sua raça e torná-la um adjectivo, ser Humano é ser pretencioso, egoísta, mesquinho, sujo. Eu quero ser um Animal, esquecendo aquela parvoíce que as pessoas dizem levianamente, de sorriso oco na face "Eu sou um animal, racional!". Par de estalos na cara. Patadas, digo, garras de fora.
Eu quero ser um Animal sem jaula, que ama, sente, que fala só para quem compreende. Não quero ser uma porra de um animal racional. Quem inventou essa desculpa para se achar o maior deveria passar uma vida na Amazónia, nas áreas onde o homem racional corta árvores e cria incêncios (inspiro, expiro). O animal racional é aquele que agarrou na Terra e fez dela sangue para a sanguessuga.
Fossemos todos uma "cambada de Animais" e o Universo era bem mais feliz. Nós éramos bem mais felizes.
Foi-nos dado tanto... Tantos dons, não aqueles de tocar piano aos 3 anos, mas aqueles que nos permitem amar, criar, explorar, falar, compreender, evoluir... Acho que nos faltou um dos dons mais importantes, o da sintonia. Ou então perdêmo-lo com o tempo, com as armas, com as paredes a erguerem-se, com o dinheiro, com o betão e o cimento, com a religião... Como quer que tenha sido é obrigatório recuperá-lo. É obrigatório ligarmo-nos ao mundo sem cabos, sem redes, sem fichas, só com Alma e Coração.
Há que descalçar os sapatos e os maus sentimentos e voltar a saber amar o Mundo, a Vida. É que nós somos mesmo Animais nisso quando queremos.

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7 de julho de 2011

Laisser-être

Há uma linha ténue entre amar e ama(rr)ar


Sou eu que a des(d)enho

5 de julho de 2011

um presente

estar presente, ser presente, ser um presente, ter presente, ter um presente, ter o presente
assim o futuro não tem futuro
assim o passado fica mal passado, ou passado mesmo...
e ainda bem
não há mais que o "aqui e agora"

4 de julho de 2011

John Smith: Pocahontas, that tree is talking to me.
Pocahontas: Then you should talk back.

pxo

mergulhos nocturnos, ponchas diurnas, pequeno-almoço ao lanche, jantar de madrugada, sorrisos a cada segundo, bolo do caco a toda a hora, nasceres do sol como se de pores de sol se tratassem, pores do sol a anunciar o começo do dia, mar transparente, quente, quente... vários olimpos por dia, era só esticar a mão e abrir os olhos fechadamente