15 de outubro de 2011

tão livre quanto um livro infinito (que começa e acaba nas nossas mãos)

És livre?.. Consideras-te um ser livre? Porquê?
Achas que por seres consciente, por teres dinheiro ao fim do mês, por poderes sair noite dentro, podes dizer-te livre? Achas que por poderes votar, amar quem queres, não amar ninguém, ter animais, comer carne, usar saias e ver televisão és  liberto de condições? Então olha bem. Olha melhor. Olha mais. Desliga os monitores, larga o espelho e Pensa. Tu não és livre. Tu não vives sem comer, não vives sem dormir, não vives sem interromper aquela conversa-maravilha com um "tenho mesmo de ir à casa de banho".  Não vives sem a consciência de que além de tudo isto há ainda uma condição, a condição humana, a morte. Ninguém vive sem pensá-la uma vez que seja. Mas nem vou tocar esse tema, já basta tocar um tema maior que eu e que os homens. Tu não és livre. Será que existes sem a comprensão alheia? "Claro que sim", dizes tu enquanto te agarras com unhas e dentes a esse monitor. Serás livres desses sites que tens abertos? E dessa máscara que pões na cara segundos antes de abrir a porta de casa, serás livre? Olha bem, olha melhor, olha mais. As tuas necessidades, às quais obedeces cegamente e sem questionar, são a consciência de que não és livre. Agradece essa consciência, pensa-a, sê humilde (é através desta que te podes começar a libertar das amarras com que nasceste, com que todos nascemos). Agora não te digas livre: A relação entre a importância das coisas e o controlo que tens sobre elas é profundamente inversa.

2 comentários:

  1. A contingência da nossa liberdade reside no medo de ser como somos e de como nos queremos ou podemos afirmar em sociedade. Sinto-me livre com determinadas limitações e, por isso, profundamente limitado na minha liberdade. Uma liberdade mascarada à medida de uma sociedade cada vez mais opaca!

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tem vontade própria