A vós, que nada sabeis da(s) existência(s).
A vós que sugais e sujais cada pedaço de carne que julgais ter, esquecendo que estais vazios. A vós, pequeno veneno, olho gordo, magro, verde, láminas que brincam às escondidas desenhando nas próprias costas.
Cuspo-vos fogo.
Só hoje. Só neste preciso momento recordei que tentais existir. Darei então um pouco de atenção ao esterco, como quem limpa ou pelo menos tenta.
Atiro-vos água. Benta.
Já alguma vez vos perguntastes que sentido teria essa insignificância de existência que escolhestes? Já alguma vez vos visitou a felicidade nesses modos?
Tende vergonha.
Por cada crítica vossa uma benção cai-nos nas mãos. Por cada verde olhar, uma certeza. Por cada grunhido, chamas nos nossos peitos aceleram, engrandecem. Por cada acção, puro crescimento.
Não percais mais tempo.
A vida é curta, especialmente a vossa. Assim vos aconselho a deixar de viver nessa varanda. Ides a tempo, prometo. Pois que largueis o vício da crítica e os cigarros que sorveis pensando no nada. Soltai essa diarreia mental de não ser livre de si mesmo e metei-vos, para vosso bem, na vossa vida. Há nela muito a recuperar.
Começará aí, quem sabe, o amor próprio que obviamente vos falta.
Fazei isso por vós e lembrai que os superiores, os arrogantes, os convencidos, os egocêntricos só assim o são a vossos olhos:
Já que de de ter escolhido viver uma vida tão rente ao lodo faz todo o resto parecer maior.
Os meus cordiais cumprimentos,
Desinfectante, olho turco e amor de família,
Lorina Ventura
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