30 de setembro de 2011
29 de setembro de 2011
algures longe daqui
ser Mulher?
eu não teria coragem
ser Mulher é ser oceano: tudo dá, tudo tira...
às vezes até a si mesma!
cheia de luas e sereias
correntes ardentes...
eu teria medo.
eu não teria coragem
ser Mulher é ser oceano: tudo dá, tudo tira...
às vezes até a si mesma!
cheia de luas e sereias
correntes ardentes...
eu teria medo.
28 de setembro de 2011
isociety
iphone, ipad, ipod, iwhatever...
i, i, i...
i, i, i...
how problematic this society is when the most trendy technology is all about "I"!
iblindness. can't wait for the "we" era
when this world chooses any other thing but an Apple
a living thing
when it chooses a tree, for example, that lives and gives life to all others
we('ll)grow
27 de setembro de 2011
to do list/à faire
menos drama, mais acção.
admira as areias do tempo,
como escorrem pelas mãos dos dias
mas não te fiques!
atira-te janela fora
age, reage
puxa, agarra, arranca!
não te fiques:
o sol não espera
as luas muito menos.
sai dessa varanda que te acolhe
e segue, deixa-te ir, deixa-te cair...
menos ego, mais verdade
encontra a tua vontade
e segue-a pelos campos fora.
fecha os olhos, abre os ouvidos
vive de vento na pele
constrói um jardim de baloiços no teu quintal
e ama, ama, ama, ama.
assim, quanto mais areia cai, mais te elevas.
26 de setembro de 2011
Celebridades querem re-morrer
Na passada quarta-feira, na conferência da Associação das Celebridades Ressuscitadas (ACR) em Tóquio, Camões juntou-se a Nietzsche afirmando em nome da ACR, que todos os artistas que regressaram à vida pelo projecto OMNI deverão ter direito à eutanásia (método há décadas por legalizar). O Método OMNI é o processo polémico através do qual se recuperam os mortos. Este tem como base a replicação do ADN e os poderes psíquicos da Maia Terceira. Esta conferência teve também intervenções de outras celebridades, tais como Einstein. Este assegurou, apontando para uma imagem de pessoas a lutar pela última injecção de H2O, que quando disse que "não pensava no futuro" não esperava que isso se revelasse tão dramático. Cleópatra e Marco António são das poucas celebridades ressuscitadas que se revelaram felizes com este método, dizendo que "aquilo da cobra foi um mal-entendido" e acrescentando depois em uníssono: "ainda bem que no futuro há ieverything". A maioria das celebridades sente que teria sido preferível ficar “onde estavam e não dar ouvidos aos chamamentos de Maia”. Segundo Led Zeppelin “a escada para o céu é mais ou menos, já o céu é que é A cena”. Retirou-se da conferência que, para as celebridades, a Terra estava bem melhor nas alturas em que viviam. Algumas mostraram até que seria preferível a cicuta, os nazis, ou a guilhotina, ao mortífero aquecimento global. A conferência terminou com Jesus a pedir, de mãos elevadas: “que Deus os perdoe, pois eles ainda não sabem o que fazem”.
Lorina V., Metro
Se gostaram, gostem aqui:
Celebridades querem re-morrer:)
23 de setembro de 2011
quando eu morrer
quando eu morrer quero Vida,
não quero flores do chão arrancadas
e as lágrimas da face que reguem
as sementes à minha volta plantadas.
não quero o triste negro,
para negra basta a saudade.
quero paz, harmonia, amor
e memórias de liberdade
não quero a notícia espalhada,
ser maior do que era em vida.
basta o amor de quem amo
presença única que me é querida
encham campos de papoilas
da minha branca-cinza fértil,
que eu estarei já longe
admirando o vosso perfil
dêem Vida quando morra,
é tudo o que eu peço
viver (par)a sorrir
será o maior sinal de apreço.
não quero flores do chão arrancadas
e as lágrimas da face que reguem
as sementes à minha volta plantadas.
não quero o triste negro,
para negra basta a saudade.
quero paz, harmonia, amor
e memórias de liberdade
não quero a notícia espalhada,
ser maior do que era em vida.
basta o amor de quem amo
presença única que me é querida
encham campos de papoilas
da minha branca-cinza fértil,
que eu estarei já longe
admirando o vosso perfil
dêem Vida quando morra,
é tudo o que eu peço
viver (par)a sorrir
será o maior sinal de apreço.
19 de setembro de 2011
formatação
Se há coisa que me assusta é o significado de formatação. Formatar é dar uma forma aceite por normas que ninguém no fundo criou, ou mesmo deseja. Formatar algo, desde um cd a uma Pessoa é apagar-lhe as origens, quebrá-lo, modificá-lo de forma a este ser socialmente aceite, cientificamente correcto, moralmente adequado. Assustador. Assustadora esta ideia de padronizar tudo e todos, como se houvesse um qualquer "ente superior" da padronização que manda as directrizes "cá para baixo" para "normalizar" uma situação, uma obra, uma Pessoa. Isto não existe. O normal não existe. A Pessoa, sim existe, na sua individualização, no brilhantismo do seu único código genético e efeitos neste do mundo a acontecer.
Escolho esta associação entre formatação e Pessoa porque vejo a cada dia que passa, a cada momento que olho a sociedade “for-matadora” (o novo acordo ortográfico faz-me sentir que posso dizer tudo) em que vivemos, um novo ritual de passagem à vida adulta. Nesta tribo urbana os rituais de passagem chegam demasiado cedo. No caso da formatação, ritual de passagem à vida adulta/entrada na sociedade, tal verifica-se de forma intensa. Desde cedo são ensinadas as boas maneiras à criança, o que é "certo" e "errado", não por comprometer a liberdade de outrem, mas porque... sim. E a-sim (assim) a criança aprende que temos de fazer isto, devemos fazer aquilo, e porque sim, porque é o que esperam de nós. A criança aprende então relíquias tais como: espreguiçar em público não! Ignorando-se o facto disto e muitas outras respostas metabólicas serem mecanismos biológicos de defesa/protecção do corpo, do nosso corpo, da nossa vida, do nosso funcionamento verdadeiramente natural.
A Escola acompanha a criança durante pelo menos 12 anos de profunda e nada discreta formatação: desde o espaçamento 1,50 até às regras sociais que, se a criança não conhecer, será profundamente excluída. Este sistema educativo, nas medidas em que se encontra, é o maior centro de formatação. Aqui o tal "ente superior" sem cara agarra na Pessoa em tenra idade e dobra, amassa, corrige, avalia, pune até a Pessoa ser "pessoa", robotizada, Discreta, sem quaisquer imaginação ou vontade própria.
Assim que a criança-já-crescida, aprende a fazer os seus deveres, passa então para aquele "semi" que é a faculdade, ou para um trabalho supérfluo (visto não ter o oco canudo), e aqui, nesta fase intermédia, se consciencializa o dever, a escravatura, a importância de ser igual de ser normal. Aqui se começam a pagar os deveres para com a sociedade, em prol de um bem que, no fundo, ninguém no povo usufrui ou irá usufruir.
Quando se chega aos 40 aposto (aqui nos meus 25) que já nem "se dá por ela". Encontramo-nos mais que incluídos, ou seja, formatados, e isto de resolver as burocracias acontece já como se numa valsa durante décadas treinada. Assustador. Assustador esquecer que o bom de uma valsa é aprendê-la e dançá-la só e só se der prazer. Que se não der, depois, antes ou durante temos sempre um mundo de escolhas e caminhos de terra batida que sempre nos levam à melhor paisagem.
Escolho esta associação entre formatação e Pessoa porque vejo a cada dia que passa, a cada momento que olho a sociedade “for-matadora” (o novo acordo ortográfico faz-me sentir que posso dizer tudo) em que vivemos, um novo ritual de passagem à vida adulta. Nesta tribo urbana os rituais de passagem chegam demasiado cedo. No caso da formatação, ritual de passagem à vida adulta/entrada na sociedade, tal verifica-se de forma intensa. Desde cedo são ensinadas as boas maneiras à criança, o que é "certo" e "errado", não por comprometer a liberdade de outrem, mas porque... sim. E a-sim (assim) a criança aprende que temos de fazer isto, devemos fazer aquilo, e porque sim, porque é o que esperam de nós. A criança aprende então relíquias tais como: espreguiçar em público não! Ignorando-se o facto disto e muitas outras respostas metabólicas serem mecanismos biológicos de defesa/protecção do corpo, do nosso corpo, da nossa vida, do nosso funcionamento verdadeiramente natural.
A Escola acompanha a criança durante pelo menos 12 anos de profunda e nada discreta formatação: desde o espaçamento 1,50 até às regras sociais que, se a criança não conhecer, será profundamente excluída. Este sistema educativo, nas medidas em que se encontra, é o maior centro de formatação. Aqui o tal "ente superior" sem cara agarra na Pessoa em tenra idade e dobra, amassa, corrige, avalia, pune até a Pessoa ser "pessoa", robotizada, Discreta, sem quaisquer imaginação ou vontade própria.
Assim que a criança-já-crescida, aprende a fazer os seus deveres, passa então para aquele "semi" que é a faculdade, ou para um trabalho supérfluo (visto não ter o oco canudo), e aqui, nesta fase intermédia, se consciencializa o dever, a escravatura, a importância de ser igual de ser normal. Aqui se começam a pagar os deveres para com a sociedade, em prol de um bem que, no fundo, ninguém no povo usufrui ou irá usufruir.
Quando se chega aos 40 aposto (aqui nos meus 25) que já nem "se dá por ela". Encontramo-nos mais que incluídos, ou seja, formatados, e isto de resolver as burocracias acontece já como se numa valsa durante décadas treinada. Assustador. Assustador esquecer que o bom de uma valsa é aprendê-la e dançá-la só e só se der prazer. Que se não der, depois, antes ou durante temos sempre um mundo de escolhas e caminhos de terra batida que sempre nos levam à melhor paisagem.
O cd que me foi exigido pelos serviços académicos acabou a sua fase de formatação e está pronto para receber a minha Tese de Mestrado.
Aqui e agora calo a minha constante inquietude e tento pensar somente que Sou feliz. Sou feliz por ter escolhido um caminho virado para todos os caminhos de terra batida do mundo. Sou feliz por ter optado por percursos pessoais e académicos onde o "normal" se diz sempre entre aspas.
Aqui e agora calo a minha constante inquietude e tento pensar somente que Sou feliz. Sou feliz por ter escolhido um caminho virado para todos os caminhos de terra batida do mundo. Sou feliz por ter optado por percursos pessoais e académicos onde o "normal" se diz sempre entre aspas.
Ejectar.
9 de setembro de 2011
nú feminino
Às vezes olho para a inspiração como um orgasmo de mulher. Não no sentido do prazer, do fim, mas na sua vida, no seu caminho até ao êxtase. A inspiração começa onde os pensamentos levantam vôo, o orgasmo também. Não é a vontade, não é o toque, nem, algumas vezes, o que nos rodeia. É o que trazemos cá dentro e como o vivemos. A inspiração cresce no sonho correspondido, seja pelo mundo lá fora ou dentro de nós. É como uma osmose que se procura e encontra, às vezes por si mesma, outras vezes por adição de outros elementos, o orgasmo cresce assim também. Não é o momento em si, são os momentos todos antes, a estória, a vida toda antes. Não é, de todo, simples, é um orgasmo de mulher - ambos começam assim que o dia começa, ou antes. Ambos, depois de encontrar em inquietude o seu caminho nas veias, percorrem-nas em extrema suavidade, espalham-se pelo corpo todo em longo prazer, intensa plenitude, até encontrar o seu lugar... Aí tudo no corpo explode em brilho e tintas de diferentes cores, e o mundo... O mundo só pode viver disto, desta energia que se liberta, deste aparente fim que é um começo de tudo.
8 de setembro de 2011
almofada de fadas
e estes sonhos que me assaltam
em noite branca passada?
mares de fogo em explosão
e eu neles pousada.
caminhos de prazer vendado
em cidades distantes,
músicas desnudadas
em proibidos corpos dançantes...
ruas inundadas
de água transparente
e eu de corpo e alma
nelas efeverscente...
arranha céus onde me inclino
para muitas mortes certas
e quando ambos caimos
vamos de mãos abertas.
saltos em mar alto
que decerto afogarão
quando no fim descubro
que tenho respiração.
às vezes fecho os olhos
e dá-me para sorrir
é que logo me seguro e penso:
"hoje era bom só dormir".
7 de setembro de 2011
Quando eu te vir
(Se tu viesses ver-me no outro lado do espelho)
Quando eu te vir...
Na "hora dos mágicos cansaços"
E esse tempo sumir
Em longos abraços...
Não vou querer pensar
Na vida que corre cá dentro,
Nas horas a acelerar
Nas ilusões que dão alento...
Que exista só a pele igual...
Os longos beijos a morder...
Os sorrisos no corpo a ecoar...
Anda, vem ser arrepio divinal
De estrelas que nascem a arder
E morrem a flutuar.
coser/cozer nevoeiro
Não digas nunca que amas, se não te amares primeiro.
Não saberás como cumprir palavra.
Não saberás como cumprir palavra.
5 de setembro de 2011
de grau
Não dou um passo que não seja para um degrau. Nunca me desejei igual, estável, simples, sem confusões, sem loucuras. Desejo-me tudo, caos, paz efémera de um gato, amor de encostar à parede. Nunca dei um passo que não decidisse algum facto influente. Não há dia que exista que eu julgue perdido no tempo, pois sempre regressa ao futuro e eu penso: foi por isso. Há quem lhe chame inconstância, sofreguidão de viver, loucura, paixão em excesso, overdose de razão, e eu quero lá saber... dos nomes que no fundo me dão, do diagnóstico que aquele degrau implica.
Eu sei que se estiver neste mar e não me mexer, nunca saberei que é água o que me abraça o corpo.
4 de setembro de 2011
entrada reservada a ∞
só há espaço cá dentro para pessoas com o universo no peito
il y a uniquement lien en moi pour les gens avec l'univers dans le coeur
3 de setembro de 2011
imitatio
encontraram oxigénio
beberam-no e levantaram em efémero vôo...
agora "só" lhes falta saber respirar sozinhas
2 de setembro de 2011
1 de setembro de 2011
ver ar
é de andar sempre de cabeça nas nuvens
que não sei de cor os caminhos,
mas é às nuvens que pertenço.
lá em baixo chamam
mas não sabem o quê
e por isso aqui me fico,
incorpórea, construindo castelos,
envolta na leveza de um vento que me Vê
que não sei de cor os caminhos,
mas é às nuvens que pertenço.
lá em baixo chamam
mas não sabem o quê
e por isso aqui me fico,
incorpórea, construindo castelos,
envolta na leveza de um vento que me Vê
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